sábado, 28 de março de 2009

Então é assim?


Segundo o dicionário Aurélio, morte é o fim da vida animal ou vegetal. Para alguns, significa descanso. Para mim, sempre foi algo muito vago, nunca quis me aprofundar nesses pensamentos... Até ontem.
Hoje ao chegar da escola - sim, sábado -, minha mãe me trouxe a primeira página do jornal, onde havia uma matéria sobre um acidente de trânsito na rodovia entre Talhados e São José do Rio Preto - minha cidade -, na qual um ônibus a 140 km/h atingiu um Peugeot com três jovens, entre 18 e 20 anos. Os três morreram. Em um primeiro momento, passei os olhos pela matéria, vi a foto do ônibus e do carro, destruidos. Desci os olhos, vi a foto de dois meninos e, ao lado, foto da Marilia, a mesma que aparece comigo nessas duas fotos antigas acima. Eu não pude acreditar.
É estranho pensar que tudo pode acabar assim, sem mais detalhes. Além do meu cachorro em 2007, nunca presenciei a morte de ninguém conhecido. Meu cachorro estava velho, doente... Mas não ela. Dezoito anos! Atingir finalmente a maioridade, sair da escola, começar a ir em festas de verdade (de onde ela voltava na hora do acidente, aliás) e só? É injusto acabar assim. A gente se preocupa com tantas coisas que agora me parecem futeis... Espinhas, celulites, casar, vestibular, se desespera antes da hora com um possivel futuro cancer e mergulha em filtro solar. E se não der tempo de essas coisas acontecerem?
Não vou intensificar o sofrimento de perda, já que mantive uma amizade muito intensa com a Marilia por apenas um dia. Isso foi em 2006, quando nos conhecemos e passamos o dia inteiro conversando no Wal*mart, já que não podiamos ir embora porque estávamos maquiadas e de cabelo feito desde depois do almoço, e íamos desfilar a noite. Depois desse dia, nos adicionamos no orkut, msn, e o assunto foi acabando com o passar das semanas. Mas ainda vai ser estranho não vê-la online nunca mais. Ela sempre esteve.
Carpe Diem. "Aproveite o dia", como diriam os árcades. Minha primeira experiência com a morte foi meu hamster, que durou poucos dias. Depois, meu primeiro cachorro, um animal a quem me apeguei muito, e hoje perdi uma pessoa, amiga por um dia. Tenho medo de pensar quem será o próximo nessa graduação, um amigo próximo, ou um familiar? Ou talvez a graduação pule direto até minha posição... Simplesmente não dá para prever, e é o que causa a maior angústia. E se?
Parafraseando Billy Joe, "It's something unpredictable, but in the end is right. I hope you had the time of your life", Marilia. Descanse em paz.